O REI MANDA

Diogo Nogueira

 

23 Abril – 28 Maio 2022

© Nuno Brandão

O Rei Manda apresenta uma série desenvolvida durante 2022 e 2023. Esta série foi pensada num trabalho de interseção de linguagens iconográficas. Entende-se o processo de criação, não só com um propósito expressivo, mas também como ato ritualístico. A imagem dialoga com os grandes temas da sua história – a caça, os banhos, os bacanais surgem como motivos atemporais.
Central às imagens, existe a procura de uma narrativa mitológica tanto coletiva como pessoal; o local onde as narrativas clássicas e contemporâneas se intersectam. Noções de masculino, de iconografia, identidade, sexualidade e ficção tornam-se temas nucleares à produção – originando num conjunto de imagens que obedecem a leis iconográficas ficcionais. Houve aqui, dentro de uma pulsão transformadora constante, uma tentativa de produzir formas diferentes de ver, criando diálogos entre duas diferentes perspectivas: objectiva (realidade) e subjectiva (ficção).
Este projecto serial, é-o também no sentido em que cada elemento confere a fundamentação necessária para a existência do que lhe faz vizinhança e vice-versa. Um terreno cada vez mais denso entre o que já foi e o que poderá vir a ser, havendo sempre lugar para mudanças. Poderemos sempre evocar a noção Warburguiana de Pathos, de sobrevivência de formas e da montagem do seu Bilder Atlas, como processo de conhecimento através de imagens.
As imagens usadas não se reduzem a simples documentos da história, mas são dotados de vida póstuma e mostram assim como é possível estabelecer uma ligação entre épocas que a historiografia nos habituou a considerar completamente diferentes. Estabelece-se aqui uma relação entre a antiguidade e a época moderna, mostrando como é possível a permanência de certos valores expressivos, que sobrevivem como património, sujeito a leis de transmissão e recepção.
Criar imagens torna-se um ato de fé. A partir de imagens homoeróticas, a pintura torna-se uma exceção de liberdade e, simultaneamente, um exercício de reconciliação e celebração do que é pessoal e humano.

DIOGO NOGUEIRA (Porto, 1999) licenciado em Artes Plásticas, Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, é artista e professor sediado no Porto. Desde 2018, participa em vários concursos e exposições, recebendo vários prémios
e reconhecimentos, destacando-se o primeiro prémio na ‘VI Bienal Internacional de Arte de Espinho’ (Aveiro).
Expõe nacional e internacionalmente, coletiva e individualmente, em espaços como Museu Nacional Soares dos Reis (2019), Galerias Amadeo de Souza Cardoso (2020), Fundação Júlio Resende (2021). É cofundador do projeto artístico ‘O Bueiro’ e recentemente, a partir de 2022, integra o espaço ‘Clube de Desenho’ como artista residente, professor e membro.

 

www.diogonogueirastudio.com

 

Equipa:

 

Direção Artística e Curadoria: Clube de Desenho

Desenho de Exposição e Montagem: Carlos Pinheiro, Diogo Nogueira, Marco Mendes, Sofia Barreira

Produção: Sofia Barreira

Registo Fotográfo: Nuno Brandão

Material Gráfico: Gonçalo Sério Limpo

© Nuno Brandão

© Nuno Brandão

© Nuno Brandão

© Nuno Brandão

© Nuno Brandão